segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sou do tempo.

           Estava em um supermercado, quando ouvi uma voz, me chamado, rapidamente comprimentei a pessoa, e depois fiquei a pensar muito, muito mesmo, era a mãe de uma amiga de infância, Dona Amélia mãe da Márcia,então vamos aos pensamentos que este encontro me remeteu.
           Eu sou do tempo que a mãe das nossas amigas de escola eram nossas mães também, e o que ela dizia era lei, nunca contestada e sempre obdecida, "menina para de brincar e vamos estudar", " já terminou a tarefa?", "agora vamos lanchar", "tem que ir para casa, pois já esta escurecendo" e por aí vai.
        Viví minha infância em um mundo sem celular, onde a ordem era, quando escurecer tem que estar em casa,  onde as fofocas eram mais rápidas que msn, onde vizinhos sentavam nas calçadas na hora do jornal, para rir o contar piadas, mas tinha que entrar na hora da novela das oito, que era realmente as oito., lembro-me da Dete, vizinha animada que nos fazia rir contando histórias da sua família.  Deu até para lembrar que jogar bola no calçamento era normal, ralava o joelho todo e depois o velho e bom mertiolate encarnado, que só ardia, um castigo para lembrar de não se ralar mais, o que era inútil naquela idade, subir em árvores, só por subir, e se tivesse uma goiaba então, tinha que come-la, bem quentinha ainda lá em cima da árvore, depois sofria com a crise de garganta, mas passava logo, tinhamos remédios para tudo em casa, e o melhor médico, quem era?? nossa mãe, simples assim, e só para dar uma esticada tenho que lembrar dos banhos de chuva, a qualquer hora que chovia forte, dia ou noite, era pegar o xampu e ir lavar os cabelos, para ficar bem fininho, que maravilha!!!!

         Foi assim minha infãncia e adolescência, nada de ipod, tinha muito era não pode!!! diversão era ver tv, com a censura dos pais, novela como Gabriela, nada, vai dormir!! era a ordem, computador, que  nem existia!!! Pois era um luxo ter uma máquina de datilografar, jogos eletronicos, quando o atari chegou foi um sucesso aquela tela preta, cansada e só uma luz para fazer a imaginação achar que eram naves espaciais ou carros velozes, nossa, como a vida muda, deu tanta saudades que eu queria agora era pode ligar a tv e ver Jeannie é um gênio ou a feiticeira, tomando danoninho, aquele que vale por um bifinho, e olhando as minhas melissas de laçinhos amarelos bem novinhas, com o perfume de chiclete.