segunda-feira, 29 de maio de 2023

Já fui par, hoje sou impar.

 



     Quando era criança, fui instruída a ser par, aquele conceito de que você vai crescer, casar, ter família, mas como uma boa contestadora de ideias, normas e apaixonada por leitura, pois isso sim muda uma pessoa, vi que não era bem assim que daria certo pra mim, juro que tentei! E como tentei, essa história de seguir o que tem que ser, pois é o certo, pergunto-me que certo é esse? certo pra quem? E quem fez esse gabarito da vida certa, pois esse negocio de casar e ter família não veio no meu manual de instrução, o meu veio foi: conhecer, ler, saber, provar, viver, ser livre, voar o mais alto e longe que poder dos limites a mim impostos.

 E o mundo gira, na verdade gira bem rápido até deixar agente tonta, e foi nesses giros da terra que um belo dia, eu impar, convicta e convencida,  me vi par , como assim? Bem alguém corajoso, domador de feras, com um sorriso lindo, uma voz rouca, careca,  um bom humor contagiante, uma cola para unir as pessoas mais distintas e um romântico, apelidado por mim de " meu quentinho" , o Reg, chegou e eu também fui chegando, sem querer ser muitoooooo par, descobri que é bom ser par, casada, dividir a vida, coisas assim, vivi. Melhor que posso dizer é que foi escrito uma convivência alegre, contagiante, agitada, de momentos a dois, aquela coisa de par. Vamos fazer juntos, O que um quer, depois o que o outro quer, depois o que os dois querem, sempre levando a vida como um balançar das palhas dos coqueiros na beira da praia. E fiz coisas maravilhosas, realizamos sonhos, ele realizava os meus e eu os dele e nós realizávamos os nossos sonhos juntos, mas nada é para sempre e como a vida é um sopro, foi um sopro que o levou pra Deus, inspirou, expirou e se foi, mas deixou uma saudade sem tamanho, lembranças massas, e uma coisa que ninguém rouba, dias felizes. Resumindo voltei a ser impar, mas agora sabendo o gostinho bom que foi ser par.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Cuidado, o tempo voa.

 Fiquei parada um dia todo, só parada, nem queria sair da cama, só para comer e ir ao banheiro, mas foi aí que o não fazer nada mostrou o quanto o tempo passa, fiquei pensando, lembrando o quanto de coisas que dá pra fazer em um dia, dá pra realizar tudo ou não fazer nada.

Fazer nada dá trabalho, chega até a cansar, considero que existe  um momento que ficar sem fazer nada só contemplando o silêncio nos trás uma paz que só a solidão conhece, apresentar-se a si mesmo, olhar o infinito dentro de si, algo particular, único, desvendando o nada, o vazio, a ilha isolada que todos nós somos. Sabendo que podemos estar sozinhos em uma multidão, está sem a companhia de pessoas, isso é está só, de fato e de direito, mas o estar só, em silencio e conseguir silenciar a mente nos faz notar que como afirma o poeta: " o tempo não para" e que medo isso trás! Ou será que trás aflição? Constatar que não somos o centro do Cosmos, somos só um pontinho, e que se não tivermos cuidado nem isso mais seremos, temos que dar significado a nossa vida, sendo o que queremos ser e aprendendo a conviver, pois se assim não for, a vida vai ficar difícil demais e ninguém deseja complicar mais o que já é complicado.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Para sempre


Esses dias em um momento triste ouvi essa frase: 
" e tudo que você nos ensinou estará conosco para sempre", foi um senhor que falou, mas o:  "para sempre" foi dito com muita intensidade de uma forma que ecoou na minha mente. Foi assim: para sempre, para sempre, para sempre ...
Mas,  o que é para sempre? 
Nós seres humanos  somos tão finitos e como uma historia que tem: começo, meio e fim. 
Fiquei pensando o que poderia ser para sempre, pensei: na pedra, na alma, em Deus , no cosmos, no amor, na luz.
Depois fui refletir, em que momento mais usamos a expressão para sempre, usamos em casamentos, em declarações de amor, em cerimônias religiosas, no eixo familiar e com raiva, pense em uma raiva grande para ouvirmos essa expressão. Usamos também em desejos: te desejo muita paz, amor, felicidade, de saúde e fé para sempre, até que nos demos conta que para sempre não existe, pois só existe o hoje.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

EU NÃO ME PAREÇO COM NINGUÉM


       Assim que ouvi esta frase, minha cabeça começo a gerar idéias: a primeira foi concordar com a afirmação, somos únicos! Temos individualidades, nuances, formas, cores e pensamentos totalmente originais, mas ao mesmo tempo também passamos a vida a procura de iguais, tarefa que considero impossível de ser realizada, mas tentar é bem válido, pois quando estamos cercados de pessoas que tem pelo menos um ponto em comum nos sentimos mais confortáveis, mais acolhidos.
       Depois essa coisa de parecer fisicamente com outra pessoa, xiiii isso é meio chato pra todas as pessoas, pois tem comparação tão fora do esquadro que ficamos envergonhados de negar, é meio assim: Olha fulano, o outro fulano é a tua cara! Trazem fotos, recortes de jornais, mostram em celulares, sei que tem gente que gosta de parecer com outras pessoas, como as famosas, mas ser sósia é o que mesmo? É viver sendo uma sombra ou um reflexo de outro, neste momento pergunto: Quem é você? Você é você? Ou é o outro? Acho que sim,  quer ser o outro e não é, nem nunca será, será um coitadinho, passara a vida querendo ser cigarra e não sai da forma de formiga.
         Tem outra forma de semelhança, é parecer com o outro no mundo das idéias, você pensa igual a ele(a). O que gera aquele pensamento de “Maria vai com as outras”, gosto de ter o meu espaço, esse negocio de seguir a maioria me dar arrepios, calafrios de tremer o corpo todo, fico olhando as outras pessoas que concordam com tudo, tipo calangos que ficam só balançando a cabeça e concordando com tudo, são iguais a cordeirinhos mansinhos e dominados, sou mais o tipo cabra, e na região do Brasil que vivo, me considero é uma “cabra da peste”! Bem teimosinha, afinal essa já foi uma das coisas que me rotularam desde criança já que  me chamaram a vida toda de teimosa, então eu vesti a carapuça, o sapato, o chapéu, o vestido longo e agora chego logo afirmando aos quatro ventos: Sou teimosa e daí? Fazer o que? Me deram a dica eu agora sigo o rumo.

       Não consigo achar as pessoas iguais as outras, às vezes consigo até ver unas poucas semelhanças, vejo pontos em comum e pontos de apoio, onde uma começa a frase e outro termina, vejo cabelos diferentes com cores e modelagem diferentes, formas de rostos distintas, formas de mão únicas, de pés, desenhos de silhuetas tão singulares, mas fico parada em lugares públicos e cada vez que observo chego a ficar mais surpresa como as pessoas são diferentes. Chegamos ao ponto de procurarmos algo em comum com outro para nos sentirmos deste planeta.

domingo, 27 de setembro de 2015

Apego ao passado.

           

 Quem não tem apego ao passado? Memórias, lembranças, objetos e nos remetem a um passado todo florido que não volta mais, porém se olharmos bem de perto não foi tão bom assim, é que a mente humana tem o poder de filtrar fatos e deixar o que foi bom e lançando fora o que não foi tão bom assim, Justificando a afirmação anterior, com afirmativas: "era tão bom o tempo de criança!" quando não tinha preocupação com as contas, mas  pessoalzinho quando tu era criança tu só queria ser grande para fazer as coisas de gente grande, sair sem dar satisfação, comer o que quisesse e não o que a mãe mandava, ter uma vida  independente, mas mau sabia tu que quando crescemos as responsabilidades crescem junto.
              Outra lembrança florida:  bom era o tempo de escola, era bom? Tinha amigos, namorados, professores, tudo lindo e maravilhoso, aprendia grande lições de vida e todo o resto era brincadeira, nada disso, era bullying direto, quando tu não era a vítima era o causador, e a escola era chata, aulas, filas, provas, queríamos mesmo era fugir, só para ficar conversando na esquina, jogar games com os amigos, namorar, das voltas no centro da cidade, este era o meu caso, hoje iria ao shopping, nem que fosse só para um sorvete e ver vitrines.
             Vamos nos apegar a coisas: objetos que guardamos não só para boas lembranças mas para um tortura pessoal, guardar roupas que nunca mais usaremos para lembrar de algo que não se repetirá, o casamento, a formatura, a nossa infância, a nossa magreza, nosso tempo de obesa, de solteira, de casada, de bailarina, de jogadora de um esporte qualquer, blá, blá, blá, alô! Tem fotos digitais para se evitar tanto entulho e mofo no mundo.
               Guardar objeto com significado especial, deve ser policiado e determinar o número desses tesouros, pois se não acordaremos um dia cobertos por coisas que apenas nos impedem de ver que a vida continua que o mudo gira, guarda rolhas de vinhos degustados, flores desidratadas, cartas, revistas, jornais, moedas, papeis, caixas cheias de se lá o que, tudo é importante, mas com o tempo o novo sempre vem e se ficamos apegados ao passado, deixamos de viver o hoje e de sonhar com o amanhã e pra mim que deve gira sob o seu eixo é o pião e não nós.

Ser mãe.

        Fico abismada com este ser super humano denominado de mãe, sempre me refiro as de verdade, as mães que sempre conseguem ter tudo no lugar e sob o controle, mas nunca estão satisfeitas consigo mesmas, achando que  podem fazer algo a mais pelo filhos, é aquele amor incondicional e falando nele, neste amor incondicional que muitas afirmam:  "só sabe o que é amor verdadeiro quem é mãe!" Afirmação que discordo de dentro das minhas entranhas.
     Veio a mim uma cobrança que recebo desde a menor idade que me recordo, desde criança, todas, sim todas as meninas, são treinadas, preparadas, intimadas para ser mães! E pronto, caso queiram ou não, caso possam ou não, todas as mulheres devem ser mães, pelo menos esta é nítida impressão que tive por anos. Mas o tempo passa e voa e como os parâmetros mudam, os conceitos de sociedade evoluem, podemos dizer que para as mulheres de hoje ser mãe é uma das opções que todas  podem escolher ,se querem ou não, no meu caso é não. Por muito momentos da vida brinquei de casinha, imaginei como seria o futuro com casa, marido, filhos, mas isso foi uma programação, uma lavagem cerebral, a qual já me libertei, é agora uma mulher pode ser feliz realizada com família e optar por não ser mãe, mas aqui na minha região ainda incomoda, não choca as pessoas, apenas incomoda, mesmo sem expressar uma palavra, sem se quer falar, lemos os olhares que são de repreensão, aquele olhar de questionamento: Como você tão cheia de vida não quer ser mãe?! Conheço demais este olhar, mas ele não me incomoda mais.
       assistindo tv vi uma afirmação de uma atriz famosa no Brasil que era assim "nunca tive competência para ser mãe ", gostei dela, por pesquisando ví que competência significa: o conjunto de habilidades, conhecimentos para agirr em uma determinada situação, e pensando bem nem todo mundo tem competência para ser mãe, vemos umas que jogam o filho no lixo, outras maltratam, outras dão tudo menos amor e por aí vai.
         E o que fica na minha mente é que seria muito bom se só pudessem ser mãe, as mulheres que tivessem competência  para tal função, compromisso, pois esta profissão vitalícia e voluntária, diurna e noturna, merece muito mais que um dia no ano de atenção quando nós dá vontade, nós filhos, deveríamos ser eternamente, minuto a minuto, segundo a segundo eternos cuidadores de nosso mães, pois isso sim é a representação do amor incondicional e verdadeiro e não da ingratidão tão presente nos dias de hoje!

Pessoas bonitas

Tema que me coçou o juízo, é a vida é mais fácil para as pessoas bonitas, não para as bonitinhas, tem que ser bonita mesmo, fico observando como tem privilégios as pessoas com atributos de beleza, primeiro na infância, aquele bebê que todo mundo olha e diz oh! E depois que crescem chegam os mimos do nada e para os menos favorecidos sobra a apenas utilizarem de outros atributos como a esperteza, a inteligência, e muitos outros talentos, é engraçado como as pessoas podem ser cruéis, dizem assim:
       - Fulaninho é lindo mas o outro fulaninho também é legal! Legal? quem quer ser a pessoa legal do lado do bonito, do lindão ou lindona, queremos ser o máximo também.
        Os bonitos ficam na frente em filas, desfiles, apresentações, fotos e quando crescem são escolhidos primeiro em empregos, pela aparência e quando se envolvem com os menos favorecidos de beleza ainda são jugados: Como pode fulano tão bonita (o)? Namorando, casado se relacionando com o outro feio pra caramba.
Pois bem eu não endosso este coro, claro que não sou hipócrita de afirmar que não gosto de pessoas bonitas, mas nada de dar vida mole para qualquer sorriso e rostinho perfeito e corpo esculpido a mão por Michelangelo, vou botar a prova se a beleza vale a pena, se tem conteúdo, se sabe, se é capaz, tem que provar, pois tento ver além da casca e deixo minha contemplação do belo para o Louvre e outro museus que puder visitar.
        Agora me redimindo amo pessoas! Sejam bonitas ou não, o que cansa mesmo é o endeusamento das pessoas bonitas e desprezo pelas menos providas de beleza, mas se formos conceituar beleza, encontraremos um conceito diferente para cada povo, cultura e pessoa, pois num mundo formado por seres humanos tão diferentes o que é bonito pra mim pode não ser bonito para você.