quarta-feira, 12 de junho de 2013

Uma noite que terminou.

    Estava trabalhando, normalmente, nem tanto, seria uma longa jornada de trabalho que iniciou às 7 da manhã e terminaria às 21 horas, mas não foi bem assim que tudo aconteceu, estava lá, já era o período da tarde e o trabalho indo, tudo até que o telefone toca, não sou bem afim destas novidades tecnológicas, pois nem sempre são portadoras de boas notícias e foi dito e feito, minha mãe ligando contando que desde o período da manhã  meu pai não se alimenta, nem saiu da cama, reação de emergência, nada, fiquei parada, processando, e nada, sai andando comprei um lanche e  fiquei parada e pensei, valha, devo ir para casa, tomar as providências: as de sempre, levar o pai ao hospital, ter paciência, e torcer para voltar logo, mas também não foi bem assim que tudo se passou, vamos a noite.
      
              Era 17 e 30, quando chegamos a Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, Início de noite, fomos no carro da Marcia, bom ela é ótima motorista, bom chegamos e ficamos na fila dos idosos, uma coisa boa na vida, primeiro os velhos, mas vem a notícia o médico só chegará as 19 horas, e começou a espera, pessoas chegando, gente doente, marginais passando na porta do hospital, gente indo e vindo,  conversa vai e vem, quando chega ás 19 horas o médico só chegara as 19 e 30, organiza-se tudo e vamos lá, mais espera, aí fica emocionante, passa sete motos da polícia, carro da perícia forense e todos correm para ver e vai e vem na porta do hospital e a mulher que tava morrendo sem ar, foi a primeira a correr e ver o movimento da rua, ora!! num tava morrendo sem ar, passou a baixaria, num minuto ficou boa!!! E foi ver o que se passava na rua. Mas começou o atendimento.
           O atendimento foi o pior, sai de um a fila ,para outra, e a médica que caiu a ficha de atendimento,  no consultório 2,  uma velha, coroca, abusada, um entojo, mas vamos lá, além de tudo, era lerda, um primor, mas vi que meu pai estava mole e coisa ia ficar preta, e não deu outra, vi meu pai parado, todo duro, de olho grelado, sem pulso, sem respirar, e pronto, faltou chão, morreu!!! Disse para uma moça, segura ele para não cair, respirei e corri, invadi o consultório 1, gritei:  meu pai tá morrendo!!! depois invadi o consultório da coroca e gritei a mesma coisa, já estava para segurar a vela na mão do meu pai, quando uma moça, um anjo fazia massagem cardíaca, todo mundo abanando ele, eu já rezando, fazendo promessa, vendo tudo passar na minha frente, ele respira e torna, ufa! Esta vivo! agora saímos todos, num minuto apareceu médico, enfermeiro, auxiliar, cadeira de rodas e eu sozinha, nossa, quem agora estava para morrer era eu, mas não podia, era a vez de ser forte, desce ladeira, sobe ladeira e chegamos em outro ambiente e ele foi medicado, lúcido, falando, e um anjo o enfermeiro Delano, cuidou dele, tudo bem, me expulsando da sala, mas cuidou dele.
         Agora, com o sangue correndo, sem poder chorar, estava na hora de alertar meus irmãos, fui ligando, nem sei por quem comecei e  se consegui, mas quando penso neste momento, já me vem as lágrimas, mas sei que todos ficaram sabendo e se juntaram a mim para cuidar do pai, outro, ufa! posso respirar, comecei a pensar e muitas coisas, trabalho, tv, sei lá, pois se eu me concentrasse naquela situação eu choraria até agora, foi muita emoção, sempre peso a Deus para ir primeiro, e vi o que a Bíblia sempre diz: Tudo é vaidade, na hora que vemos que podemos perder o ser que nos pôs no mundo, tudo passa, o importante é que neste momento a família ficou junta, mas posso ser sincera se dependesse da coroca de médica, pai tava era morto, ainda bem que tudo foi melhorando quando a família reunida agiu, junto ao excelente trabalho do enfermeiro e anjo , Delano, o organismo do meu pai foi reagindo e tudo foi ficando bem, mas mesmo assim a noite não queria terminar, ma so tempo passa, o tempo sempre passa, e horas depois tudo ficou melhor e fomos liberados e voltamos para casa, eu sabia só dia uma coisa que quando começaria a chorar não ia parar, mas deixo isso para outro dia, pois o dia estava chegando ao fim, quando chegamos em casa o relógio já ia marca meia noite, e a noite chegou ao fim e fomos todos dormir, pois teremos outro longo dia pela frente, fica apenas aquela ideia, pai só tem um.

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